quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Argélia-O carimbo


Quando for grande, quero ser carimbo

Quando era pequenino, ainda mais do que sou hoje, queria ser polícia, bombeiro, homem de lavar as ruas, enfim, já evidenciava a vontade de trabalhar...Mais tarde, foi a vez de querer ser agente secreto, com o advento de séries como o Danger Man, ou o Mister Solo. Depois, mais velho, veio a vez de astronauta. Era a perfeita simbiose entre o físico, de que fui sempre simpatizante e praticante, e o intelectual, sendo ainda hoje uma visão que professo.

Aqui, em Blida, mas provavelmente por todo o país, as crianças quererão ser na sua maioria como os futebolistas nacionais mais reconhecidos, ou então como o Messi ou CR7. Este é, aliás, um sentimento que perpassa por todo o mundo, oriental ou ocidental. Na ausência de predicados para a prática do dito, suspeito que, influenciados pelos progenitores, deverão querer ser carimbos.

Em sentido figurado, claro, ser carimbo é ter um papel decisivo, senão decisor, nesta sociedade que insiste em não evoluir, mantendo velhos preconceitos e usos que, ancorados na religião, em nada contribuem para o avanço de que eles bem precisam.

Num documento que recebo aqui no estaleiro, ponho 4 (quatro) carimbos; o da data da recepção, o do “courrier arrivé” com o número de entrada, o do Agrupamento e o meu enquanto chefe de Missão. Mais um bom par de meses, e com as minhas capacidades no campo da motricidade fina, conseguiria fazer um número de manipulação com os ditos. Por mais que tente explicar-lhes as vantagens da era digital, insistem em não o entender. (In)Felizmente já não tenho tempo! Fiquem com os carimbos e com o resto. Bem o merecem!

Bem como o de serem carimbos quando forem grandes…

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