No contexto português, há outra maneira de colocar o problema. E passa, inevitavelmente, pelo aumento galopante do número de filmes lançados nas salas, semana após semana. Sem qualquer exagero, pode dizer-se que esse número passou a ser, no mínimo, de sete títulos. Assim, por exemplo, para a próxima quinta-feira, 7 de maio, estão anunciadas nove estreias; para o dia 14, mais dez; para 21, outras dez...
Escusado será dizer que não se trata de deslocar a questão para qualquer avaliação dos filmes como "bons" ou "maus". Importa apenas colocar uma pergunta muito básica: onde é que está esse espectador utópico que tem disponibilidade e recursos financeiros para ir trinta ou quarenta vezes por mês ao cinema? Isto no país em que, em média, cada cidadão não chega a comprar dois bilhetes de cinema... por ano!
João Lopes no DN (Maio2015)
O simples facto de existirem filmes como A Humilhação significa que os tecnocratas do marketing dos "super-heróis" não conseguiram anular os valores mais primitivos de Hollywood. E que, mesmo no mais inapelável negrume, ainda há um cinema de atores.
João Lopesno DN (07mai2015)
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