Fosse quando tinha doze ou treze anos, no antigo cinema Politeama, quando encontrei uma nota de vinte escudos (S. António) e a entreguei ao pica bilhetes da entrada no cinema, ou quando em 1980, em Kieldrecht, no Torneio onde fomos jogar voleibol, e já com 27 anos, encontrei uma carteira recheada com mais de vinte mil francos belgas e o entreguei ao director do torneio, originando o reconhecimento público no último dia do torneio (há portugueses diferentes!...), fosse num ou noutro caso, escrevia eu, como eu reconheço esta história!
Cinco euros. A nota que valeu um louvor a duas crianças
por José António Cardoso, Vila RealHoje
Fotografia © Rui Manuel Ferreira / Global Imagens
Alunos do 5.º ano jogavam ténis de mesa quando encontraram dinheiro que entregaram à direção. Os colegas gozaram. A escola elogiou.
Uma nota de cinco euros transformou dois jovens de Sabrosa em exemplos de bom comportamento e de cidadania. Ao ponto de terem recebido elogios no Facebook do Agrupamento de Escolas Miguel Torga em Sabrosa (Vila Real).
A história é simples: como habitualmente no intervalo das aulas Luís Fernandes (10 anos) e Diogo Faria (12), alunos do 5.º ano, estavam a jogar o seu desporto favorito, ténis de mesa. Ao apanhar a bola que caíra ao chão, um dos alunos encontrou uma nota de cinco euros. De imediato concordaram que deveriam entregá-la à direção do agrupamento, o que fizeram. "Nem pensámos duas vezes. Fomos entregá-la, pois não estamos habituados a ficar com aquilo que não é nosso", contou Diogo ao DN. "Depois de termos entregado o dinheiro, alguns colegas ainda nos chamaram burros pois podíamos ter comprado gomas e rebuçados, mas achamos melhor assim, pois apareceu o colega que tinha perdido o dinheiro e a quem fazia muita falta", acrescentou Luís Fernandes.
Gosto de bons exemplos! É por vezes empolgante, outras comovente. Justificam-se por si só: "...não estamos habituados a ficar com aquilo que não é nosso". Bravo!
ResponderEliminarPorque nos causam tais efeitos? Porque infelizmente são exemplos raros.
Tal reflexão leva-nos da exaltação à desilusão do colectivo reinante e, logo depois, e talvez por isso, aquela parte de nós mais cínica e desconfiada interroga-se: Não é nosso! É de quem?
E ficamos a matutar se terá encontrado o caminho para o seu dono...
AFS