terça-feira, 29 de outubro de 2013

Moi Reflexão (ainda a conferência de JPP em Oeiras)

José Pacheco Pereira in Abrupto

Quando falo em público, as perguntas das pessoas são sempre as mesmas: "Quanto tempo é que isto vai durar?", "Como é que nos vimos livres destes senhores?", "Quando é que saímos disto?", "Como é que se dá a volta?", e outras variantes do mesmo. E embora eu desconte a relação entre o que diz o palestrante e as expectativas dos ouvintes, cujo acto de lá ir é já de si uma mostra de empatia e interesse, seja de simpatia, seja de antipatia, mesmo assim há alguma coisa que está muito errada quando uma sala com duas ou três centenas de pessoas, no meio de uma noite de tempestade, no fundo, quer saber quando é que anda tudo à pancada e a partir montras ou coisas piores, e manifesta o seu enorme desagrado e impotência por tal não acontecer. E quando falo de uma sala destas - e estou a pensar em exemplos muito concretos e recentes - estou a falar de gente da classe média, composta, educada, com profissões reconhecidas como sendo de elite, engenheiros, médicos, professores, advogados, funcionários públicos dos escalões superiores, reformados com pensões acima de mil euros, pelo menos, alguns pequenos empresários privados, e os seus filhos qualificados e desempregados.

(Foi por antever esta "segunda parte", com as intervenções do público que aqui ele apresenta, que saí da conferência de JPP, na Biblioteca de Oeiras em 24.10, depois de ter ouvido a sua intervenção principal).

 

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