sábado, 31 de maio de 2014

Reflexão-Maria João Tomás

Sendo certo que estas eleições são uma grande farsa, podem ser a solução para o fim da guerra na Síria, apesar da comunidade internacional não parecer ter vontade de acabar com o conflito. Se por um lado a indústria de armamento precisa de escoar os seus produtos, os países que os fabricam têm a necessidade de mostrar que têm tecnologias inovadoras, até porque os últimos tempos têm sido prodigiosos no aparecimento de novos conflitos e a Síria é um belíssimo local para testar os novos materiais. Muito para além da nobreza em alcançar a democracia e a liberdade para o povo sírio, é antes uma luta de conflitos de potências externas ao país, alheia dos interesses da população, que morre todos os dias ou que foge desesperada por auxílio que nunca chegará. A ajuda humanitária, por seu lado, em vez de abnegada, é um lucrativo comércio de produtos de primeira necessidade, que raramente chegam ao seu destino. O tráfego de seres humanos é igualmente muito lucrativo, porque milhares de pessoas sem identificação depressa adquirem a mais conveniente, ou simplesmente desaparecem para trabalhar em regime de escravatura, na construção de estádios de futebol e edifícios colossais, ou então são vendidas para o comércio sexual, tal como tem sido largamente denunciado pelas organizações de defesa dos direitos humanos.

Maria João Tomás no DN

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